segunda-feira, 7 de maio de 2012

O Método “Pedagogizador” e a prática educacional voltada para intersubjetividade


Texto baseado em:


JARDIM, Alex Fabiano Correa & BORGES, Ângela Christina & FREITAS, Gildete dos Santos et al. Filosofia da Educação.


O modelo de conhecimento baseado na perspectiva da razão instrumental fez surgir uma educação “pedagogizadora”, voltada para uma sociedade mercadológica e tecnocrática, centrando-se na instrução e reprodução de conhecimento irrelevante às necessidades do aluno, tratando-o como um objeto a ser conhecido e treinado para o mercado. Esse tipo de educação não se volta para o exercício da capacidade comunicativa do educando, da crítica, da emancipação do sujeito, sensível e ético.


As ideias habermasianas a respeito da linguagem, do conhecimento e da ética podem possibilitar aos sujeitos o desenvolvimento de competências como a interatividade e a capacidade de questionar o sistema de normas vigentes. Para Haber, na Teoria da Ação Comunicativa, é possível conceber a escola, como o lugar de exercício da intersubjetividade entre aluno/professor/escola/família e comunidade, objetivando as discussões dos caminhos da sociedade por sujeitos que se constituem como atores sociais, buscando atender aos interesses comuns. Seria a prática da intersubjetividade a qual buscaria a conciliação do mundo do sistema e do mundo da vida, onde a teoria e a prática se ligam e se comunicam através de ações concretas.


Desse modo, a intersubjetividade na educação contribuiria melhor para uma formação educacional mais próxima da possibilidade da construção de pessoas realmente esclarecidas, criativas e autônomas.


Uma educação baseada na intersubjetividade, busca a valorização social, política, econômica e ética pautada na realidade das sociedades contemporâneas. Ela deve levar em consideração as transformações sociais, no sentido de preparar o educando para lidar com os fenômenos que dele surgem, como por exemplo, a globalização, a crise econômica e a política de mercado.


A educação deve contribuir significativamente com o processo de desenvolvimento do aluno a partir da interpretação e análise crítica dos fenômenos culturais do seu cotidiano, levando-os ao exercício de uma prática de saber construtivo à sua vida.


Assim, a prática da intersubjetividade no campo da educação supera o modelo “pedagogizador” ao produzir indivíduos mais livres, autônomos, capazes de avaliar seus atos à luz dos acontecimentos, à luz das normas sociais legítimas e legitimadas pelos processos jurídicos e políticos, usando suas próprias cabeças, e tendo propósitos lúcidos e sinceros, abertos à crítica.

2 comentários:

  1. Percebemos em suas colocações a necessidade de se evoluir em relação as nossas práticas educacionais. Através da intersubjetividade podemos conseguir formar cidadãos mais críticos, reflexivos e autônomos, através de ações concretas e promovendo uma nova dinâmica entre os segmentos da comunidade escolar. Além disso, a prática da subjetividade garante à construção de um indivíduo mais livre, capaz de criticar suas ações e capaz de avaliar de modo crítico as ações da política que tanto nos afligem nos dias de hoje.

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  2. Essa lógica mercadológica de educação baseia-se na mera competição em busca de índices e resultados numéricos que não revelam a realidade, mostram apenas uma repetição de padrões esperados, decorados.

    Queremos a possibilidade da ampliação do saber, não apenas uma acomodação. Estes índices mascaram os níveis de ensino-aprendizagem, produzem rótulos, servem para obtenção de um status quo de opressão e não de liberdade para nossos alunos. Quanto aos professores, estes são conduzidos ao esmorecimento de suas consciências, a apatia, ao adoecimento de sua prática e de sua função social.

    Triste de um povo assim!!!!!

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